quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Mudei o endereço gente do bem. Por quê? Sei lá, sou fresco, sei lá mesmo.

Aí vai: Boteco do Braga

Condomínio 5 estrelas.

domingo, 6 de julho de 2008

Tenho certeza de que quando as pessoas que por algum motivo merecem ser chamadas de fodas morrem, senhor Deus às leva para o condomínio Jardim do Éden, e lá elas permanecem fazendo seu offício pelo resto da eternidade. Não me perguntem o que senhor Jesus Cristo está fazendo lá. Ele deve ter se aposentado e se frustrado vendo toda aquele gente boa no que faz, então não sai mais de casa, não faz a barba há 300 anos e sobrevive de comida enlatada.

Burroughs e Ginsberg, pelo contrário, nunca estão em casa, aproveitaram que agora não sofrerão mais de cirrose e câncer e passam 23 horas e meia por dia só bebendo e fumando. A meia hora restante é para mijar toda aquela cerveja. Neal Cassidy não está com eles, fica dormindo em trilhos de trem. Pensaram em chamar John Fante uma vez para tomar cerveja, mas ele anda com Bukowski. Por mais loucos que sejam, não chamariam alguém que anda com Bukowski.

Todos têm medo de passar perto do apartamento de Salvador Dali. Está sempre com Duchamp e Tzara, barulhos de explosões, miados, latidos e grunhidos nunca param de vir de lá. Uma vez Einstein foi pedir-lhe um copo de açucar e voltou com seu copo preenchido com uma foto em que Dali segurava a tripa do cavalo de Napoleão enquanto Tzara o comia por trás. Depois disso ele mudou-se para o mais longe que pode.

Ray Charles havia recobrado sua visão, mas a perdeu novamente numa aposta com Burguess Meredith, então passa o dia fazendo a única coisa que sabe fazer: tocando piano com um sorriso colgate. Schopenhauer não agüenta mais "aquele crioulo chato que toca coisas dissonantes idiotas".

Aquiles Passa o dia no seu quarto e todos seus vizinhos dizem que o dia todo ouvem-se barulhos quase selvagens vindos do seu apartamento desde que ele encontrou a Lara Croft. Só sai para comprar o essencial: Afiadores de espada e escudos. Às vezes ele chama uns amigos misteriosos para entrarem no seu apartamento, tais como Nosferato e Joey Ramone.

Sócrates e Aristóteles descobriram uma coisa mágica para a filosofia mundial: a metralhadora. Agora passam os dias na rua ensinando pessoas como Hitler e Bush pai como o mundo deveria ser e como seria se eles ainda estivessem lá. Copérnico disse que achou sócrates um cara totalmente geocêntrico e agora anda sempre acompanhado de Rutherford e Boris Yeltsin, diz que eles foram "separados no parto".

Raul Seixas está negociando com Deus uma vaga para Paulo Coelho e realmente parece não ter jeito...

Schopenhauer, a verdade e as bundas.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Comecei a ler um livro do Schopenhauer e logo nas primeiras páginas li que ele dizia que as pessoas da atualidade não tinham nada para acrescentar, e fingiam que tinham muito bem, quando não tinham nada além de percuca nas suas cabeças. "Porra, já me ganhou" pensei. Nunca em um livro encontrei um pensamento que não fosse "é um mundo sujo" que fizesse tanto sentido para mim.

Tudo bem, Schopenhauer (ou Wolverine) escreveu isso no século 19, mas ele não ficaria nada surpreso de saber que a coisa ainda não mudou. É como se a humanidade tivesse atingido uma barreira invisível, um limite, e tudo que tinha para ser feito em escala mundial já foi feito. Não vemos mais Freuds caminhando pela rua, nem Huxleys tomando chá no bar. Beatnicks não discutem mais em bares.

- Escuta aqui, cara, eu to te dizendo que o imperialismo vai acabar com os EUA.
- Ah não, esse cara tá pedindo uma surra.
- Manda ver então, rapaz.
- Ah, me segura, me segura que não quero bater nesse canalha!

Tenho uma prova de física amanhã, e mal sei sobre Farenheit e Kelvin. Sejam lá quem forem, esses dois mereciam ser chamados de "Os" caras. Por que? Porque eles trouxeram uma coisa que ficou reconhecida no mundo todo. Em outras palavras, eles contribuiram para algo, coisa que nenhum ser humano, incluindo eu e tu, faz atualmente. Hoje em dia passamos o tempo engordando nossas bundas e enxendo nosso cérebro com informações úteis e inúteis, que não utilizamos para porra nenhuma.

Além disso, todo mundo que se expressa, se expressa pra si mesmo e para uma ou outra pessoa, não fazem algo pelo mundo - Não que eu faria, na verdade estou reclamando que os outros não fazem, egocêntrico e reclamão como sou - e muita gente que diz ter algo na cabeça para compartilhar realmente FINGE que tem algo na cabeça muito bem. Motivo para se expressar virou absurdo. Gente contando como Tom e Jerry mudou a sua vida e comparando com capitalismo (o que não deixa de ser intrigante).

- Mas hoje todo mundo acredita no que vê na mídia.

Faça-me o favor. Quando Einstein terminou a teoria da relatividade não virou notícia na band. Todo mundo fala que a mídia tem poder e não sabe que nós mesmos somos a maior mídia de todas. Sim, nós, o povo. Não é porque não lutamos mais por ideais melhores e não temos mais utopias como antigamente que não fazemos fofoca ou trocamos informações.

- Ofélia, ficou sabendo da nova teoria do filho da Doninha?
- Hã? Capaz? O que esse guri fez agora?
- Tá falando de um tal de buraco negro absoluto, sei lá. Uma coisa doida, sabe como é.
- Sim, a família da Doninha é toda louca.

Enquanto isso, nosso amigo, já meio... ossudo, Schopenhauer fica descansado sabendo que tudo o que disse ainda prevalece. E o que fazemos em relação a isso? Mantemos nossas bundas confortavelmente sentadas, cada vez mais gordas e felizes.

Elixir dois em um.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

79 anos. 79 longos anos. Há 50 tentando desenvolver aquela fórmula. 50, 50, 50 anos. Essa era apenas mais uma tentativa, ele não tinha muitas esperanças, como ele não teve nas outras 6548 tentativas. 6549 não era um número importante e provavelmente ele erraria e acabaria matando mais um rato. Falando nisso, estava ficando sem ratos. Depois de tanto tempo parou de dar preferência aos brancos, de laboratório, eram caros. Agora ele comprava os primeiros que via. Uma vez tentou até mesmo porquinhos-da-índia, ganhou de uma mulher italiana com quem saia, não deu muito certo. Tanto com os porquinhos quanto com a italiana. Ele não era muito fã de mulheres, elas enxiam o saco dele e ele tinha que parar de estudar para fazer coisas chatas como jantares à luz de velas e sexo...

Começou a colocar a mistura na garrafa, também não tinha mais tubos especiais para experimentos, usava garrafas de Vodca, bebia bastante. Tomou uma tonalidade azul, depois amarela, depois roxa, e por fim verde. Então ficou brilhando constantemente, mudando de cor toda hora, como em flashes. Estranho, nunca havia ficado assim. Ele pensou que havia feito uma nitroglicerina super potente, ou alguma outra coisa que machucasse pra dedéu, e deixou cair, acidentalmente uma gota encima de uma planta quase morta que ganhou de uma alemã com quem não se deu muito bem. A planta ficou mais bonita, diferenciando-se das outras.

Será que havia conseguido? Estava nervoso como nunca estivera em bons anos. Colocou mais sobre a planta. Ficou totalmente nova. Estava estupefato, não podia acreditar, começou a gritar "Porra, consegui, porra!". Então começou a dançar frenéticamente com a garrafa de Vodca, cantarolando Light My Fire com uma voz de quem não dormia há muitos dias. De fato ele não dormia.

Então, em um momento de loucura, levou a garrafa à boca. Manteve o líquido suspenso no gargalo, não estava pronto para aquilo, não podia acreditar que voltaria a ser jovem e teria a imortalidade, os dois em um! Sim, ele contrapôs o mito de que só existe um ou só existe outro. Quem liga para elixir da longa vida? Quem liga para a pedra filosofal? Ele tinha o elixir dois em um só para ele! Ainda cantarolando, levou a garrafa de Orloff à boca mais uma vez e engoliu todo o líquido, da cor de uma "trip" de LSD setentista.

Sentiu seu estômago borbulhar. Via tudo ficar cada vez mais alto, aproximando-se do chão cada vez mais. Não se lembrava de ser menor quando mais novo, pelo contrário, lembrava-se de ser maior. então viu-se em um súbito choro incontrolável, não podia segurar de modo algum. Ouvia sua própria voz que assemelhava-se a de um bebê. "PORRA! ERREI A FÓRMULA" pensou, mas não pôde proferir uma palavra, estava preso naquele choro de bebê, estava com frio e queria colo. O pior de tudo era que o velho, agora jovem, Arlindo precisava trocar a fralda, havia acabado de se cagar...

Chumbo no rabo.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Entrou no elevador e apertou o botão, no seu melhor terno, com o cabelo penteado, com gel. Ele odiava aquele gel, causava dor de cabeça e ele se sentia desconfortável. Quando saiu do elevador com a mala na mão já suava, com o coração palpitando. Parecia tão patéticamente cheio de esperança, alegre e pensando que havia encontrado um segundo lar. Estava em um prédio de um jornal famoso da capital, em uma avenida movimentada, onde acontecia um acidente por dia. Era seu primeiro dia de trabalho.

Chegou na sua mesa. Ajeitou tudo. Colocou uma foto da sua parceira na mesa, a qual dormia e nem dava pela sua falta naquele momento. A mesa estava inacreditavelmente suja. O local inteiro estava sujo. Ficou prestando atenção ao ventilador que girava lentamente, até que foi interrompido por uma porrada na mesa. Ele comprimentou o chefe e perguntou se tinha alguma trabalho. O chefe mandou ele fazer uma matéria sobre alguma porcaria. Levantou para tomar água.

Quando chegou ao bebedor, ouviu barulhos na sala ao lado. No primeiro momento pensou que estivessem transando. Parou um tempo e ouviu. Estavam transando. Ficou mais um tempo analisando aquele som. Definitivamente estavam transando. Tomou água e o barulho cessou. Quando saía do bebedor, via uma loira nada mal com uma pasta provavelmente cheia de currículos. Espiou pela porta e o chefe secava suas mãos nas calças.

Sentou-se e começou a fazer sua matéria. Era um mundo difícil. Alguém lhe pediu o grampeador. Entregou. Não trouxeram de volta. O mundo conspirava contra ele. Ele morria de dor de cabeça, maldito gel. Terminou a matéria e foi até a sala do chefe. No caminho ouviu uma conversa.

- Se fodeu.
- Bem capaz, não vou fazer essa matéria e tomar um tiro lá no morro.
- Mas você vai ter que entrevistar as pessoas.
- Grande bosta, eu não vou.
- E como vai entregar a matéria?
- Vamos supor que eu fui lá, faço a matéria, entrego e não levo chumbo no rabo, que tal?
- Oh, sim.

Entregou a matéria Para o chefe. Saiu da mesa dele, olhou para os lados, tomou mais água, estava com a cabeça explodindo. Dobrou a esquina e voltou para sua mesa. Mais um dia de trabalho apenas começando.

Resumo rápido e básico de literatura.

domingo, 25 de maio de 2008

Trovadorismo - Os caras eram verdadeiros boêmios, pegavam alaúdes e saíam pelas ruas cantando, achando que a vida era fácil assim. Alguns ficavam de penetras nos castelos e tinham tremendas dores de cotovelo pelas rainhas e princesas, faziam diversas músicas pra elas, porque eles nunca iam pegar elas com aquelas calças de colã e aqueles sapatos que parecem panos. O problema é que os trovadores eram muito metidos, e não queriam das uns pegas nas camponesas, que ficavam P. da cara e faziam canções de... bem... dor de cotovelo porque não tinham eles em seus barracos. Alguns trovadores curtiam mesmo era tirar uma com a cara das pessoas, e faziam músicas para o pessoal dar uma risda às custas dos outros. Principais trovadores: Black Sabbath - Viviam criticando deus e o mundo. Às vezes vinha uma cançãozinha para alguma mulher, e, claro, se vestiam muito mal.

Humanismo - Este movimento foi provavelmente um engano, ou algo feito na última hora:

- E aí, vamos fazer uma escola literária?
- Bah, já é!

Um cara barbudo - naquela época a maioria da gurizada era barbuda - chamado Gil Vicente começou a usar gestos para falar as coisas, às vezes com ajuda de alguém, e acabou trazendo para estas bandas do ocidente o teatro. Nesta época nasceram os antepassados de Fernão Lopes XXIV (ou William Bonner), os primeiros jornalistas, que ficavam apenas observando o que as pessoas faziam para escrever sobre isso. O rei adorou e começou a pedir registros para ficar sabendo de tudo. Hoje em dia chamamos isso de fofoca. Ainda nesse período o pessoal se rebelou e acabou com a opressão de senhor Jesus Cristinho e veio um tal de antropocentrismo. Alice Cooper é o maior Humanista renegado de todos, com seus shows cheios de teatro.

Barroco - A escola barroca foi feita por um gurpo seleto de filhos da put... digo, escritores que tinham em mente apenas um objetivo em relação ao que escreviam:

O público NÃO pode entender.

Eles foram radicais e categóricos, realmente conseguiram criar a coisa mais complicada jamais feita em uma escola literária. Um cara bem chato que provavelmente era virgem, espinhento, corcunda e obeso chamado Gregório de Matos criou a maioria do material conhecido desta escola. Alguns padres acharam o máximo tudo isso e resolveram entrar na onda. Antonio Vieira era tão concentrado em escrever coisas com as normas barrocas que esqueceu de louvar ao senhor e provavelmente está no inferno... que é bem onde deveria estar por escrever aquelas coisas. Pink Floyd é uma banda legítmamente barroca, cheia das complicações, e quando se acha que a música vai acabar, lá vem outro solo de guitarra misturado com xilofone.

Arcadismo - Os caras queriam uma folga de toda aquela complicação barroca de explodir a cabeça e resolveram criar as poesias mais esdrúxulas de todas, que até seu cachorro entenderia:

Hoje comi
ovos no café
da manhã.

Queriam, ir para um lugar conhecido como Arcádia, mas nunca chegaram lá, eram todos mauricinhos e não saberiam se virar no mato como machos. Gostavam de escrever sobre fazer sexo no campo, fumar um no campo, pastar no campo, cuidar da sua lavoura no campo e etc. Adoravam escrever sobre mulheres, divas e musas, porque provavelmente eram tão amados (e amáveis) como Gregório de Matos. Se reuniam em cavernas para fazer orgias e recitar poesias. Foram os primeiros grandes Nerds, até mesmo no quesito de vergonha, usavam pseudônimos para escrever.

Cabeça.

quinta-feira, 15 de maio de 2008


Cesar, mais conhecido por sua família como cabeça, por ter realmente um cabeção era um menino prodígio. Aos cinco anos já fazia cáluclos de multiplicação simples. Com seus 7 aninhos começou a escrever, fazendo versinhos. Escrevia versinhos sem parar, parecia viciado nisso. Em pouco mais de quatro meses tinha um caderno 200 folhas lotado de poesias escritas com caneta bic. Aos 13 aninhos, cabeça fez seu primeiro recital, já tinha escrito quase 500 poesias. Todos os seus amigos adoraram, e o acharam o máximo. Com isso, o primeiro e maior dos problemas de cabeça teve início: o egocentrismo.

Aos 14 anos se considerava o melhor aluno da sala e o melhor poeta da escola. Aos 15 já era o melhor poeta da cidade, além de o melhor aluno da escola, com seus versos que denominava "uma ponte complicada entre romantismo e modernismo". Aos 16 resolveu largar a escola e prestou vestibular. Passou, fez duas semanas de faculdade e desistiu, pois afirmava saber mais do que os próprios professores.

Aos 17 já havia perdido todos os amigos e mulheres que conquistara, ninguém estava à altura para ele. Começou a trabalhar em um livro. Já pensava na capa: Príncipe da poesia em seu primeiro livro. Publicou, mas deu um jeito de tirar de todas as livrarias, pois, para ele, o povo ainda não estava pronto para literatura desta magnitude.

Aos 20, sustentado pelos pais, cabeça parou de: ir ao supermercado, ver TV, comer carne e usar o mesmo banheiro que seus pais. Pintou sua própria face na parede e ficava a usar de inspiração para escrever suas poesias.

Aos 25 perdeu os pais. Chorou muito, afinal de contas, não teria mais ninguém para o idolatrar dentro de casa. Cabeça começou a reparar que teria de se misturar com "aquela gente" da rua para poder comprar comidas. Tentou fazer aproximações. Fez uma experiência. Não sabia se ia dar certo, pois não a fez com humanos de verdade, apenas com ratos de laboratório. Ele mesmo se tratou, pois estava convicto de que faria um trabalho melhor do que qualquer médico.

Saiu na rua pela primeira vez. Foi ao supermercado. Entregou o dinheiro com uma pinça, não queria tocar em pessoas impuras, nem mesmo Deus estava à sua altura. Usou uma mão biônica do Gugu para apertar os botões do elevador, não queria se contaminar. E assim cabeça continua até hoje, conseguiu evoluir, já divide bancos com outras pessoas no ônibus, ao invés de ocupar dois bancos só para não ter que sentar com alguém. Na verdade, ele está apenas fazendo isto para disfarce, esperando para por em prática seu plano para dominar o mundo, afinal de contas, ele era perfeito e ninguém poderia pará-lo...